Em municípios sem sinal de celular, aparelho vira lazer

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


Moradores usam telefones só para jogar, ouvir música e tirar fotos.Últimas 1.836 cidades terão antenas transmissoras até 2010, diz Anatel.


Bem diferente de sua moderna xará europeia, a pacata Barcelona, no Rio Grande do Norte, vive uma situação curiosa. Ela é a única entre as cidades da chamada região do Potengi que ainda não conta com serviço de telefonia celular. Para tentar usar o aparelho, muitos moradores recorrem a “celulódromos”, recantos da cidade que contam com uma localização privilegiada para captar algum sinal perdido de uma cidade vizinha. Pode ser a caixa d’água da cidade ou a ponte sobre o Rio Potengi, que dá acesso ao município, localizado a 86 quilômetros da capital Natal. Enquanto o "progresso" não chega, os moradores vão usando seus aparelhos móveis para outras finalidades - que de normalmente secundárias passam a principais -, como câmera, tocador digital e videogame portátil, por exemplo. A professora Ione Batista, por exemplo, usa seu aparelho móvel para registrar suas aulas. "Estamos sempre realizando algum projeto com os alunos e acabo usando o celular para fotografar e filmar essas atividades", conta. "A função despertador eu uso diariamente, e também filmo bastante minha filha e coloco as imagens no computador", completa a educadora, que também passa o tempo com joguinhos do celular.


Outros têm mais "sorte", como o comerciante José Erivan Câmara, que, por morar na zona rural do município, às vezes consegue captar sinal celular de alguma cidade próxima. Mas, em vez de levar o celular para a rua, ele deixa o telefone em casa, como se fosse um telefone fixo sem fio. "Só uso o celular quando estou fora da cidade. Moro a cerca de 10 Km do centro e, na cozinha da minha casa, às vezes, consigo pegar uma sobra de sinal", conta o comerciante, que costuma deixar o celular desligado na maior parte do tempo. "Meu celular aqui funciona como MP3 player e câmera digital", conta a estudante de fisioterapia Fernanda Pontes Costa, 17. "Estudo na capital e estou sempre com o celular para me comunicar com a minha família, mas muitas vezes é difícil. Acho um desrespeito com os moradores da nossa cidade. A gente é meio que esquecido sempre", reclama Fernanda, que abriu uma lan house no município.

Fonte: Globo.com

Postado por Pedrinho às 09:37

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